5 de mar. de 2013

Intervenção sobre o parecer da Associação Nacional de Municípios.

A proposta de Lei 104/XII apresentada assume um quádruplo propósito.
A criação de um novo regime jurídico das Autarquias Locais.
A criação de um estatuto das entidades Intermunicipais.

Um novo regime de transferências de competências do Estado para as Autarquias Locais e para as entidades Intermunicipais, assim como da delegação de competências do Estado nas Autarquias e nas entidades Intermunicipais e dos municípios nas entidades Intermunicipais e nas Freguesias.

A percentagem total da divida dos Municípios no total da divida do Estado Português é aproximadamente 4%, REPITO 4%.

Importa  contrariar outra ideia feita de que os Municípios têm de ter maior escala,
se comparar-mos os Municípios Portugueses com os seus congéneres Europeus concluímos que são mais de seis vezes superiores à media Europeia e em termos de superfície é mais de sete vezes superior à média Europeia em termos de população.

Mas se comparar-mos os Municípios Portugueses com os seus congéneres dos  maiores países Europeus como Espanha, Itália, França, ou Alemanha chegamos à conclusão que são varias dezenas de vezes superiores em termos de área e de população medias.

Tal evidencia que não fará sentido procurar transformar as CIM/Áreas Metropolitanas Portuguesas em mega Municípios, muito menos pela via da redução significativa das competências Municipais, aliás esse  esvaziamento dos Municípios agravaria ainda já mui penoso processo de encerramento de serviços colectivos  de proximidade os quais deviam constituir o compromisso mínimo de cidadania do estado para com os Portugueses, sobretudo, para com aqueles que vivem em zonas de menor densidade, (depois dos centros de saúde, maternidades e escolas, seguiram-se  os tribunais e as freguesias, seriam agora os próprios Municípios!!?)

A regionalização é decisiva no combate ao desperdício de recursos públicos e na criação de sinergias entre serviços regionais, as regiões administrativas são fundamentais por razões de maior proximidade, de maior flexibilidade de actuação e de maior conhecimento das realidades concretas dos seus territórios  Decidir bem, depressa e de forma próxima é condição chave para um combate eficaz e eficiente à gravíssima crise económica.e sobretudo, social que vivemos.

Apelo a todos que acompanhem a decisão da Associação Nacional de Municípios Portugueses na rejeição do projecto de diploma em apreço com o seu parecer Desfavorável.


Deputado Municipal do Bloco de Esquerda
Rui Nóvoa

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