6 de jul. de 2010

BE NA FREGUESIA DE FÂNZERES

PELO DEPUTADO JOAQUIM ESPIRITO SANTO

Atravessamos um período em que, a coberto da necessidade imperiosa de redução de despesas, se assiste ao maior ataque e desprotecção às vítimas da crise, ataque esse que não deixa de lado as autarquias, reduzindo-lhes substancialmente os apoios financeiros do Estado.

Criou-se um clima de mistificação da crise, com o Governo e o PSD em perfeita sintonia no que toca ao aumento da carga fiscal, no ataque ao poder de compra, na precarização, ainda mais, do emprego e das relações de trabalho.

Torna-se necessário desmistificar todo este cenário porque o rumo que se pretende inculcar na economia portuguesa, europeia e mundial em nada ajuda a encontrar soluções para a crise, cujo grande reflexo, não esqueçamos, é o desemprego.

1 - Será que já nos esquecemos, em pouco mais de um ano, que a crise e o aumento do deficit de cerca de 3% para 9%, teve, apenas e tão só, a ver com o dinheiro injectado no capital financeiro, que representou um verdadeiro roubo aos orçamentos dos países? Se não temos memória curta, então porque é que alinhamos neste discurso hipócrita de tentar culpabilizar as vítimas, ou seja, os beneficiários do RSI, do subsídio de desemprego e os pensionistas? Já nos esquecemos que o que fez disparar o deficit foi o dinheiro injectado pelo Estado no capital financeiro que roubou literalmente todos?
Assistimos agora ao discurso hipócrita do Governo, secundarizado pela direita, com o PSD à frente, tentado transformar as vítimas em réus, como se a culpa da crise fosse dos beneficiários do RSI que o Sr. Dr. Paulo Portas, na ausência de argumentos para explicar os negócios dúbios dos submarinos e das modernas, onde se afundou e ajudou a afundar o País, tanto acena.

2 - Se a crise continua, e infelizmente acreditamos que sim, porquê tomar medidas que pressupõem que a crise acabou? Referimo-nos nomeadamente aos cortes anunciados para amanhã aos apoios sociais extraordinários que tinham sido concedidos por causa da crise. Se são cortados é porque a crise acabou e, assim sendo, para quê os Planos de Austeridade (PECs)?

3 – É evidente que a crise financeira não acabou nem acabará dentro das políticas neoliberais de funcionamento do mercado. Onde estão os reguladores/controladores da especulação financeira, a verdadeira culpada da crise?
É claro que é mais fácil malhar nos mais fracos, porque nos mais fortes é preciso ter coragem. O mais fácil é meter o rabo entre as pernas e desancar para baixo.
Já conhecíamos o Sr. Ministro Santos Silva que declarou que gosta é de malhar na esquerda. Não sabíamos é que a direita, com o Governo PS incluído, gosta é de malhar nos desfavorecidos da sociedade, tornando-os culpados da sua própria desgraça.

4 – Não tenhamos ilusões: a crise é, antes de tudo, o desemprego e, enquanto não resolvermos este problema, não resolvemos crise nenhuma. Não compliquemos o que é simples. As medidas de austeridade, ao reduzirem o poder de compra, arrefecem a economia e não criam condições para a saída da crise.

5 – As autarquias, sob a mesma capa da crise, vêem as suas receitas diminuídas. Não podemos ignorar, nem ficar insensíveis a esta situação. PS e PSD, que tanto se degladiam nesta Assembleia, estão perfeitamente de acordo quando se trata de aumentar impostos, reduzir salários, retirar direitos aos trabalhadores.
Entretanto 20% dos portugueses vivem abaixo do limiar da pobreza e outros 20% só não estão nesta situação devido a ajudas do Estado. Ao serem cortadas estas ajudas, que representam algumas migalhas no grande bolo do OGE, arriscámo-nos a ter em breve 40% da população abaixo do limiar da pobreza, população sem poder de compra, população que não pode aquecer a economia.

6 – Para concluir, são políticas de contra senso que o Governo e a direita vão levar em frente, quando na realidade era tão simples: bastava a banca pagar tanto de IRC como as empresas e não seriam precisas as migalhas porque o bolo estaria lá.

O eleito pelo Bloco de Esquerda

5 de jul. de 2010

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