28 de nov. de 2012

Não aceitamos o precipício. Há outro caminho.

O Governo da Troika PSD/CDS quer-nos fazer acreditar que não há alternativa às políticas de austeridade, o que não é verdade. Desde quando é que o desemprego e os baixos salários ajudam a economia? O Bloco de Esquerda apresentou  seis medidas que, se fossem aplicadas teriam um efeito positivo na economia e na vida das pessoas.
Em 2012 a dívida pública já aumentou 13,4 mil milhões e, só em julho e agosto cresceu mais 700 milhões. No final de 2012, esta dívida será mais do dobro do que era há 8 anos e em 2013, aumentará mais 12 mil milhões. Portugal está a empobrecer, a perder emprego e a promover  a imigração, ficando cada vez mais endividado.
Responder a esta falência anunciada é a maior tarefa da Democracia.
1ºMedida: anular o aumento do IRS, imposto pelo PSD/CDS, mudando o sistema fiscal com base na progressividade e alterando para isso o IRC, introduzindo um imposto sobre  grandes fortunas, reintroduzindo um imposto sobre finanças;
2ºMedida: renegociar e cortar a dívida, para um nível sustentável para criar investimento, de modo a limitar o pagamento da dívida a metade nos próximos dois anos;
3ºMedida: promover políticas sociais, de base local com o IMI que inclua a banca, a igreja e o estado, e com as receitas do imposto sobre fortunas;
4ºMedida: terminar o escândalo das PPP e proteger os contribuintes das rendas financeiras;
5ºMedida: aumentar os recursos da segurança social para garantir o seu futuro;
6ºMedida: proteger as pessoas dos despejos e do sobreendividamento.
Com o conjunto destas medidas seria possível financiar o esforço do investimento e de criação de emprego, corrigindo ao mesmo tempo o défice para evitar o ciclo de dependência, chantagem e destruição da economia portuguesa.
Estas medidas supõem uma modificação urgente do sistema fiscal e da vida social em Portugal. Representam a proteção dos contribuintes e trabalhadores e uma forte imposição de obrigações fiscais ao capital. Essa regra de Democracia fiscal que nunca foi imposta em Portugal.

por: Rui Nóvoa
in: jornal vivacidade

Refundar ou afundar?

Ainda o orçamento do Estado para 2013 não foi aprovado e o Governo já vem dizer que irá falhar. Nada mais justifica que para lá de todos os cortes em serviços públicos e todo o assalto fiscal, se anuncie já um corte de mais 4 mil milhões de euros na educação, na saúde, na segurança social.
Depois de aumentar os impostos até à ao nível do confisco, o governo não os pretende reduzir arrasando o direito à saúde ou à proteção social. Não. A solução da direita é menos Estado e mais impostos, menos democracia para mais sacrifícios, trabalhadores mais pobres para um país mais desigual.
Sejamos claros. Diminuir o acesso aos serviços públicos e aumentar os seus custos é uma nova forma de aumentar os impostos, mesmo quando já pensávamos que isso era impensável. Pior: na falta de oferta pública, ou com ou aumento do seu custo, quem puder terá de pagar aos privados; quem não puder, simplesmente perderá o acesso a cuidados essenciais. Se os custos da educação ou saúde pública aumentam, os mais pobres não têm outra opção.
Haverá boas escolas privadas e boas escolas públicas, mas só as públicas não têm a entrada condicionada a quem pode pagar ou tem o apelido certo. Haverá bons hospitais privados e públicos, mas só o Serviço Nacional de Saúde garante que todos e todas têm direito aos melhores cuidados médicos sem olhar à sua carteira. É na escola pública e na saúde pública que está a proteção da vida das pessoas.
Bem sei que o governo alega que não há outra possibilidade senão privatizar o que é de todos. Mas, se não há outra possibilidade, porque é que não foram às eleições a propor privatizar tudo o que já estava previsto no PEC4 e no memorando com a troika e ainda acrescentar mais 4 mil milhões de euros dos serviços essenciais?
Entendamo-nos bem. Não, não foram os serviços públicos e as prestações sociais que nos conduziram a esta crise. Pelo contrário. É o Estado Social que garante democracia, que garante respeito, dignidade. O serviço público é a própria base e o cimento da democracia real. Da mesma forma que não aceitamos a democracia pela metade, não aceitamos um país em que o governo e os seus amigos decidem quem é que tem direito à educação ou saúde. Onde o mercado discrimina, o serviço público protege e torna todos iguais. Onde a ganância explora, o serviço de saúde, a escola pública ou a segurança social pública fazem a diferença da democracia.
O que o Governo quer não é “refundar”; é sim afundar o Estado Social. E é por isso que tem de ser demitido.

por: Catarina Martins
in: jornal vivacidade

22 de nov. de 2012

MAGUSTO BE GONDOMAR


CONVIDAM-SE TODAS/OS PARA O MAGUSTO DO BLOCO DE ESQUERDA EM GONDOMAR DIA 1 DE DEZEMBRO ÀS 17H30 NA SEDE.

Recusar o orçamento: um imperativo de sensatez

Com o Orçamento do Estado para 2013, que o Governo apresentou na Assembleia da República, quem vive do trabalho (do seu salário ou da pensão para a qual descontou toda a vida) vai empobrecer e muito, mas, previsões do próprio Governo, em 2013 a dívida e o desemprego continuam a crescer e a recessão aprofunda-se.
Partilho convosco 5 dos principais erros e injustiças deste orçamento: 

1 - Os cortes na despesa são cortes na saúde, na educação e nas prestações sociais, ou seja, afetam mais quem mais precisa dos serviços públicos; os cortes na despesa são cortes nas pessoas, que agravam a pobreza; 
2 - O despedimento de metade dos contratados da Função Pública põe na rua os quadros mais jovens e põe em causa a sobrevivência dos serviços públicos - na saúde (onde não está prevista qualquer exceção) deixa o país sem enfermeiros e enfermeira -; mais desemprego no momento em que se batem todos os records de desemprego;
3 - Uma pessoa que ganhe 850 € por mês vai ter um aumento do IRS de 42%, mas quem ganha num mês tanto como essa pessoa ganha num ano (salários a partir de 10 mil euros) tem metade do agravamento (20%); mais desigualdades num dos países mais desiguais da Europa; 
4 -Quem trabalha a falso recibo verde terá um agravamento ainda maior de IRS e quem está doente ou desempregado também vai ser penalizado (cortes de 6% e 5% nos subsídios de desemprego e de doença); mais injustiça de um governo que abusa sempre mais de quem está mais frágil; 
5 - A tributação sobre os rendimentos do trabalho é agravada, em média, em mais de 35%, mas sobre o capital, o pouco que é taxado, só é agravada em 3%; menos equidade ainda na distribuição de sacrifícios entre capital e trabalho, contrariando a decisão do Tribunal Constitucional.
Nas últimas semanas, à contestação permanente nas ruas, têm-se juntado vozes de todos os quadrantes políticos que afirmam a insensatez deste orçamento. E até o Ministro da Economia e Emprego, que até agora só se ocupou em cortar salário e direitos a quem trabalha, já reconheceu publicamente que sem crescimento económico não se consegue pagar a dívida. Está pois na altura de ter sensatez. E a sensatez exige uma renegociação dos juros da dívida; se nada for feitio em 2013 gastaremos tantos em juros como o Serviço Nacional de Saúde. Renegociar os juros é a única forma de libertar as verbas necessárias para investir na criação de emprego e na produção nacional e para recuperar salários e pensões; o caminho para o crescimento económico. Provocar a exaustão da economia com o assalto fiscal, como o Governo pretende, é o caminho para a bancarrota. A sensatez é toda a contestação a este orçamento, a este Governo, a esta Troika.


por: Catarina Martins
in:jornal vivacidade

21 de nov. de 2012

Os salteadores da arca vazia

Todos os dias os portugueses são confrontados com mais anúncios de austeridade. De cada vez que os governantes falam ao país são cortes e mais cortes. Ficamos cada vez pior nos salários nas pensões, nos subsídios de desemprego e, vergonha, até nos subsídios de doença. Aumentos no IMI e no IRS, é o vale-tudo em nome da dívida. No entanto todas estas medidas que estão a destruir a vida das pessoas não  diminuem a dívida, pelo contrário estão a aumentá-la:151 mil milhões de euros em Dezembro de 2010,174 mil milhões de euros, em Dezembro de 2011,187 mil milhões em Junho de 2012. Apenas num ano deste governo PSD/CDS-PP a dívida aumentou 15 mil milhões de euros, mais de mil milhões de euros por mês. Insistir nesta política é levar ao encerramento de muitas mais empresas, aumentando ainda mais o desemprego. Se esta política continuar, o país irá  ao colapso. Desde a primeira  hora que o Bloco de Esquerda tem defendido a reestruturação da dívida (os juros são verdadeiramente usurários),a alteração dos pagamentos negociados nas  parcerias público-privadas, o investimento publico     e o apoio ás pequenas e médias empresas(que estão em asfixia financeira, já que a banca deixou de emprestar).Este é  que é o caminho para sairmos do buraco em que as políticas de direita nos meteram. Na verdade, os trabalhadores e o povo nunca viveram acima das suas possibilidades, não 500 ou 700 euros de salário que levaram o país para o fundo. Este governo não tem qualquer solução para os problemas do país. Até  ex-líderes do PSD Marcelo Rebelo de Sousa ou Manuela  Ferreira Leite ou do CDS-PP Bagão Félix, já perceberam que a “ receita não está a curar a doença” está sim a agravar  a situação .Todos os governantes vêm com a chantagem dos credores. Mas já não pega. O governo Passos Coelho está completamente dominado pelas ideias fanáticas do Gaspar e do Borges, Paulo Portas está com um pé no governo e outro fora, a fazer-se passar por “amigo dos contribuintes” O país já  percebeu que este governo só nos levará á destruição e  á ruína. Por isso são cada vez mais os milhares de pessoas que descem às ruas. O país precisa de um governo que  tenha coragem de ir buscar dinheiro aos poderosos e não aos trabalhadores e  reformados . O pais precisa de um governo que rompa com a troika, que denuncie os acordos  ruinosos assinados com o FMI, BCE e Comissão Europeia. Este governo do PSD/CDS-PP em nome da troika, chegou até á indecência de taxar os desempregados como se fossem pessoas de posses elevadas Basta, já é demais. Este governo não tem legitimidade para continuar a destruir Portugal.
por: Rui Nóvoa
in: jornal vivacidade