26 de abr. de 2010

TRINTA E SEIS ANOS SE PASSARAM!


Discurso do Camarada ESPIRITO SANTO, na Assembleia de Freguesia de Fânzeres

Sr. Presidente da Mesa da Assembleia de Freguesia
Sr.ª Presidente da Junta de Freguesia
Srs. e Sras. Autarcas
Srs. E Sras. Representantes de colectividades
Autoridades Civis e Militares
Srs. e Sras. Convidados


Estamos aqui, uma vez mais, reunidos para comemorar o 25 de Abril, que ficou também conhecido por “Revolução dos Cravos” ou “Dia da Liberdade”, designação esta que traduz toda a esperança de um povo que, de repente, se via livre do jugo de uma ditadura que durou 48 anos, de 1926 a 1974.

Trinta e seis anos se passaram!

Volvidos dois anos do golpe militar que devolveu a liberdade e a dignidade ao povo português, o País tinha uma nova Constituição, aprovada precisamente em Abril de 1976, por todos os partidos políticos com assento na Assembleia Nacional Constituinte, à excepção do CDS, que se absteve. Esta Constituição, apesar das revisões sofridas ao longo destes 36 anos, mantém-se o garante máximo da defesa da democracia e da liberdade.

Uma não menos importante conquista do 25 de Abril foi a do poder local democrático que chegou aos nossos dias, o poder que permite que as populações decidam sobre os seus destinos a nível local. Foi Abril que abriu esta imensa possibilidade que é necessário continuar constantemente a dignificar, zelando para que seja sempre democrático, impregnado de uma dinâmica interventora baseada no envolvimento das populações na resolução dos problemas que as afectam.

Vivemos actualmente tempos controversos em que se vêem ameaçados os direitos e liberdades dos trabalhadores. Sob a capa da superação da crise, são impostos cada vez maiores sacrifícios às trabalhadoras e trabalhadores deste País, que se vêem obrigados a pagar uma crise que não provocaram.

Os Códigos do trabalho Bagão Félix, primeiro, e Vieira da Silva, depois, são um dos principais instrumentos do ataque e destruição dos direitos do trabalho conseguidos à custa das lutas do movimento operário nos anos que se seguiram ao 25 de Abril.

Por outro lado, e sobretudo em nome da segurança, assistimos cada vez mais a um discurso populista que tenta branquear o salazarismo e o seu ditador, esse regime negro de opressão, de guerra, de tortura, de assassinato, enfim, do crime legalizado.

Em nome do bem-estar e da segurança, impõe-se, isso sim, acabar com o escândalo da existência de trabalhadores precários. Em nome da dignidade, impõe-se garantir trabalho aos mais de meio milhão de desempregados, muitos deles jovens com elevadas habilitações, mas desprezados e lançados para empregos precários e sem futuro.

Por isso, e para terminar, hoje, talvez mais que nunca desde 1974, pesa sobre todos nós a responsabilidade da defesa da liberdade e dos direitos que, numa atitude de extrema coragem e heroísmo, os jovens capitães de Abril legaram ao povo português.

Hoje, as bandeiras de Abril continuam a ser factores de unidade e exigências que importa reafirmar e cumprir.


VIVA O 25 DE ABRIL!

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