12 de fev. de 2010

A COISA ESTÁ PRETA

Nos dias de hoje, já não pode haver qualquer dúvida quanto à importância decisiva de um ambiente sustentável para a afirmação de um território. Mas em Gondomar o poder municipal tem permanecido insensível à degradação do meio ambiente. O que se passou nos fins de Dezembro, com o transbordamento do rio Tinto e o seu brutal impacto social e económico, Mostrou já o desleixo da Câmara de Gondomar quanto à preservação dos recursos naturais e hídricos.
Há mais de uma década no poder, não se vê nos sucessivos executivos municipais liderados por Valentim Loureiro qualquer empenhamento em fazer de Gondomar um município de “excelência ambiental”.
O recente alerta lançado pela associação ambientalista Quercus, sobre a previsível contaminação do solo por resíduos provenientes do funcionamento da Central Termoeléctrica da Tapada do Outeiro, é mais um exemplo do escandaloso abandono que o actual Poder Local votou o território e as pessoas de Gondomar.
Durante décadas foram lançadas num aterro junto à Central, milhares de toneladas de cinzas (perigosas) provenientes da queima de carvão e fuelóleo, para a produção de electricidade. Tudo sob a indiferença dos poderes central e local. Os resíduos negros do que resta da Central da Tapada do Outeiro enegrecem e degradam o solo. Como dizia o Chico Buarque, “a coisa está preta”. Em Gondomar onde residem muitas dezenas de milhares de pessoas. Durante quanto mais tempo teremos que suportar o desleixo e a insensibilidade deste Poder Local?

Texto extraído do jornal
Vivacidades, de 11 de Fevereiro

Nenhum comentário: