Desde que Pedro Passos Coelho e Paulo Portas estão no governo a dívida pública aumentou 25 mil milhões de euros. E os salários recuaram mais de uma década. São 1,4 milhões de pessoas sem emprego, mais de meio milhão sem qualquer apoio social. São trabalhadores e trabalhadoras que não conseguem pagar a casa, a luz, a comida. PSD e CDS não descansam enquanto o povo não estiver todo condenado à esmola da caridade.
O projeto da direita é o empobrecimento, escondendo-se sempre atrás das entidades internacionais. O Governo encomendou agora ao FMI um estudo que dissesse o que quer fazer. Escolheu a entidade internacional perita na destruição das funções sociais do Estado e lá foram todos dizer ao que vêm. Está no documento (página 5): as propostas tiveram o contributo de todos os ministros do Governo. E de mais ninguém. Ou seja, o estudo é do Governo. E é claro nas intenções: cortar ainda mais nas pensões, aumento das taxas moderadoras na saúde, até que seja mais barato ir à urgência num hospital privado do que num público, aumentar horários de trabalho, cortar salários, aumentar propinas no Ensino (que são já as mais altas da Europa), despedir aos milhares, aumentar a idade da reforma, cortar o subsídio de desemprego.
Sejamos claros. Nada destas medidas tem que ver com o crescimento da economia. Apenas uma realidade lhes interessa: aproveitar a crise para aniquilar o Estado Social e baixar ainda mais os salários.
Esta maioria já impôs à população portuguesa a maior carga fiscal da Europa e o Estado com menos capacidade de resposta às necessidades das pessoas: impostos sim, mas para entregar à finança. Gastamos já mais em juros do que no Serviço Nacional de Saúde. Entregaram à banca, desresponsabilizando os acionistas privados, mais do que custa toda a Escola Pública. Custam mais o BPN do que todos os subsídios de desemprego em 2012.
Este Governo sonha com o país de 1972: analfabetismo, mortalidade infantil ao nível do terceiro mundo, fome, medo e respeitinho. Mas é um Governo tão podre, tão descredibilizado, como as ideias que defende. Chegou pois o tempo de devolver ao povo a decisão sobre o rumo do país. Para que a crise possa ser superada.
Este é um momento das escolhas difíceis: defender o Estado Social, denunciar o Memorando com a troika, reestruturar a dívida para cortar na despesa e criar emprego, controlar o crédito para relançar o investimento, recuperar salários e pensões. Resgatar a democracia.
por: Catarina Martins
in Vivacidade
25 de fev. de 2013
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