Está marcado um novo encontro nacional para discutirmos a auditoria à dívida. O que se pretende com a auditoria é saber qual a dívida pública, do Estado, as suas maturidades (quando se vence) e a quem é que devemos, mas também as causas do endividamento público. Precisa de ser feita uma análise ao endividamento público, onde e porquê é que se fizeram dívidas.
Será por um lado importante mostrar qual foi a evolução da dívida e qual é a sua composição, ou seja, a quem é que estamos a dever dinheiro. Houve uma alteração dessa composição: há um ano atrás era apenas uma pequena componente que era devida à troika, mas os empréstimos do BCE/EU/FMI têm ganho espaço dentro do endividamento público. Muito importante é também a análise evolução da dívida e o seu crescimento até hoje, a níveis de mais de 120% do PIB, e a análise da sustentabilidade da dívida, ou seja, com uma dívida de 120% do PIB a determinada taxa de juro, sabermos se estamos ou não numa espiral de endividamento suportável. A dívida funciona como bola de neve, ela é insustentável para o país e por isso tem de ser restruturada.
Desde a entrada da troika e deste governo PSD/CDS-PP, a dívida pública portuguesa disparou 27 mil milhões de euros!!!
Também o sistema financeiro, apesar dos dinheiros públicos injetados (mais de 7 mil milhões de euros), não concede o indispensável crédito às atividades produtivas (o financiamento bancário às empresas diminui 13 mil milhões de euros desde Maio 2011 e só a região Norte Conjuntura da CCDRN, a quebra do financiamento à economia foi superior a 8% relativamente a 2011).
Com o governo PSD/CDS-PP há um colossal crescimento da dívida: em dezasseis meses de governo (entre julho de 2011 e novembro de 2012) a dívida cresceu 27.280 milhões de euros, mais de 1,7 mil milhões por mês, 56 milhões de euros/dia ou 2,3 milhões por hora. É um aumento brutal da dívida pública. Quando um governo obtém um empréstimo é suposto utilizá-lo para amortizar a dívida e para investir no melhoramento da capacidade económica do país, para aumentar a produção e poder cumprir mais facilmente o serviço da dívida. Ora o que está a acontecer não é nada disto: nem diminui a dívida, nem há crédito para a economia.
Esta dívida e o peso que tem o serviço da dívida - o que o estado paga de juros - é insustentável e por isso tem de haver um processo que leve à diminuição desse peso para os contribuintes portugueses. Por outro lado, a imposição de baixar o PIB (empobrecer o país, como confessou Passos Coelho) que está associada aos empréstimos da troika, está a corroer os fundamentos do Estado Social e a nossa economia em geral. Esta recessão está a matar a economia. Tem que se parar esta política do governo PSD/CDS-PP que está a atacar os trabalhadores e pensionistas, a destruir o país.
O povo tem de tomar a palavra!
25 de fev. de 2013
Resgatar a Democracia
Desde que Pedro Passos Coelho e Paulo Portas estão no governo a dívida pública aumentou 25 mil milhões de euros. E os salários recuaram mais de uma década. São 1,4 milhões de pessoas sem emprego, mais de meio milhão sem qualquer apoio social. São trabalhadores e trabalhadoras que não conseguem pagar a casa, a luz, a comida. PSD e CDS não descansam enquanto o povo não estiver todo condenado à esmola da caridade.
O projeto da direita é o empobrecimento, escondendo-se sempre atrás das entidades internacionais. O Governo encomendou agora ao FMI um estudo que dissesse o que quer fazer. Escolheu a entidade internacional perita na destruição das funções sociais do Estado e lá foram todos dizer ao que vêm. Está no documento (página 5): as propostas tiveram o contributo de todos os ministros do Governo. E de mais ninguém. Ou seja, o estudo é do Governo. E é claro nas intenções: cortar ainda mais nas pensões, aumento das taxas moderadoras na saúde, até que seja mais barato ir à urgência num hospital privado do que num público, aumentar horários de trabalho, cortar salários, aumentar propinas no Ensino (que são já as mais altas da Europa), despedir aos milhares, aumentar a idade da reforma, cortar o subsídio de desemprego.
Sejamos claros. Nada destas medidas tem que ver com o crescimento da economia. Apenas uma realidade lhes interessa: aproveitar a crise para aniquilar o Estado Social e baixar ainda mais os salários.
Esta maioria já impôs à população portuguesa a maior carga fiscal da Europa e o Estado com menos capacidade de resposta às necessidades das pessoas: impostos sim, mas para entregar à finança. Gastamos já mais em juros do que no Serviço Nacional de Saúde. Entregaram à banca, desresponsabilizando os acionistas privados, mais do que custa toda a Escola Pública. Custam mais o BPN do que todos os subsídios de desemprego em 2012.
Este Governo sonha com o país de 1972: analfabetismo, mortalidade infantil ao nível do terceiro mundo, fome, medo e respeitinho. Mas é um Governo tão podre, tão descredibilizado, como as ideias que defende. Chegou pois o tempo de devolver ao povo a decisão sobre o rumo do país. Para que a crise possa ser superada.
Este é um momento das escolhas difíceis: defender o Estado Social, denunciar o Memorando com a troika, reestruturar a dívida para cortar na despesa e criar emprego, controlar o crédito para relançar o investimento, recuperar salários e pensões. Resgatar a democracia.
por: Catarina Martins
in Vivacidade
O projeto da direita é o empobrecimento, escondendo-se sempre atrás das entidades internacionais. O Governo encomendou agora ao FMI um estudo que dissesse o que quer fazer. Escolheu a entidade internacional perita na destruição das funções sociais do Estado e lá foram todos dizer ao que vêm. Está no documento (página 5): as propostas tiveram o contributo de todos os ministros do Governo. E de mais ninguém. Ou seja, o estudo é do Governo. E é claro nas intenções: cortar ainda mais nas pensões, aumento das taxas moderadoras na saúde, até que seja mais barato ir à urgência num hospital privado do que num público, aumentar horários de trabalho, cortar salários, aumentar propinas no Ensino (que são já as mais altas da Europa), despedir aos milhares, aumentar a idade da reforma, cortar o subsídio de desemprego.
Sejamos claros. Nada destas medidas tem que ver com o crescimento da economia. Apenas uma realidade lhes interessa: aproveitar a crise para aniquilar o Estado Social e baixar ainda mais os salários.
Esta maioria já impôs à população portuguesa a maior carga fiscal da Europa e o Estado com menos capacidade de resposta às necessidades das pessoas: impostos sim, mas para entregar à finança. Gastamos já mais em juros do que no Serviço Nacional de Saúde. Entregaram à banca, desresponsabilizando os acionistas privados, mais do que custa toda a Escola Pública. Custam mais o BPN do que todos os subsídios de desemprego em 2012.
Este Governo sonha com o país de 1972: analfabetismo, mortalidade infantil ao nível do terceiro mundo, fome, medo e respeitinho. Mas é um Governo tão podre, tão descredibilizado, como as ideias que defende. Chegou pois o tempo de devolver ao povo a decisão sobre o rumo do país. Para que a crise possa ser superada.
Este é um momento das escolhas difíceis: defender o Estado Social, denunciar o Memorando com a troika, reestruturar a dívida para cortar na despesa e criar emprego, controlar o crédito para relançar o investimento, recuperar salários e pensões. Resgatar a democracia.
por: Catarina Martins
in Vivacidade
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