Luis Fazenda negou também que a responsabilidade do endividamento seja toda do governo anterior. “É uma responsabilidade partilhada, de bloco central”, afirmou, recordando que o caminho do endividamento, das parcerias público-privadas, foi partilhado pelo PSD e pelo PS. “O PSD esteve no governo e prosseguiu a mesma política. Esteve fora do governo e viabilizou orçamentos de Estado atrás de orçamentos de Estado.”
Luís Fazenda disse que há uma agenda oculta do governo – um “ajuste de contas com o factor trabalho”, acusando o governo de revanchismo social, de querer alterar drasticamente as relações de trabalho a favor do patronato, a favor do capital. Mais do que isso, Luís Fazenda acusou o governo de ter a ilusão de que pelo choque salarial, pela política de “empobrecer para melhorar” se vai atrair o capital estrangeiro. “Tenho uma má notícia para o governo: os senhores não têm nada no horizonte dos próximos dois ou três anos em termos de crescimento económico.”
O Bloco, em contrapartida, defende a reestruturação da dívida externa e interna, disse Fazenda, “um conjunto de medidas que nos possa levar em tempo útil a promover alguma cota de investimento público reprodutivo.” E concluiu dizendo que a esquerda tem alternativas, “os senhores é que estão comprometidos com este plano de ruína a que trouxeram o país.”
“Protecção do trabalhador não é a protecção do seu posto de trabalho”
Durante o debate, o ministro da Economia, Álvaro Santos Pereira, afirmou que “a protecção do trabalhador não é a protecção do seu posto de trabalho”, disse que a meia hora adicional no horário de trabalho vai vigorar durante todo o programa de assistência financeira a Portugal, e que o salário mínimo só aumentará quando houver "aumento da produtividade".
in: esquerda.net, por Luís Fazenda
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